O Pilão de Òsàálá
Para falar sobre o Pilão de Òsàálá, não podemos nos esquecer de uma das lendas, ou seja a que abaixo novamente descrevemos, como também não devemos ao efetuar tal celebração deixar que algum participante desonre a mesma entrando na roda feita com roupa de outra cor a não ser a branca. Indo mais a fundo é falta de respeito e falta de compreensão dos feitos no Santo, irem a tal festejo com roupa de outra cor, mesmo sendo que seja no estilo Afro. Òrìsà Olufón morava com o filho Òrìsà Ògiyán. Quando resolveu visitar o outro filho, Sàngó, Ifá disse que ele correria perigo na viagem; mandou levar 3 mudas de roupa, sabão e ori (creme de dendê); e recomendou que não brigasse com ninguém. Na viagem, Òrìsà Olufón encontrou com Èsù Elepó, que o abraçou e sujou de dendê; controlando-se para não brigar, ele se lavou, vestiu roupa limpa e despachou a suja com ori. Isso se repetiu com Èsù Eledu, que o sujou de carvão, e com Èsù Aladi, que o sujou com óleo de caroço de dendê. Adiante, encontrou um cavalo que havia dado ao filho Sàngó; quando o pegou, os criados de Sàngó chegaram, pensaram que ele estava roubando o animal e o jogaram na prisão, onde ficou por 7 anos. Nesse tempo, o reino sofreu seca, os alimentos acabaram e as mulheres ficaram estéreis. Ifá disse que a causa era a prisão de um inocente. Sàngó mandou revistar as prisões e reconheceu o pai. Ele mesmo o lavou e vestiu, e então o reino voltou a ser prospero. MOTIVO DESTE FESTEJO Òrìsà Ògiyán era um guerreiro impetuoso e protetor dos Fùlàní, e sempre se alterca com outros Òrìsàs, com Omolu em particular. É também conhecido como Elémòsò, um nome ligado à história de Ogbómònsó, lugar onde se faz o culto a Òrìsà Pópó. Os antigos relatos dizem que quando Òrànmíyàn se dirigia para Meca a fim de vingar a morte de Lámúrúdù, pai de Odùdúwà, ele se desvia de sua rota e funda a antiga Òyó. Muitos membros de sua família o seguiam, entre eles Akínjole, um dos filhos de Ògiriniyán, o mais jovem dos filhos de Odùdúwà. Este Akinjole funda Èjigbò e passa a ser intitulado Eléèjìgbò e denominado Òsàgiyán ou Ògiyán, por gostar muito de inhame pilado (Iyán). A procissão inicia-se no local onde fica o Ibá de Òsàálá, os apetrechos são trazidos ao barracão pelas Abòrìsàs, os destaques é para um banquinho e o pilão envoltos em um tecido branco, e algumas pessoas que levam um Alá sobre os mesmos. (todos convidados estão em pé); os apetrechos são levados aos pontos principais da casa (porta, centro do Ilé e os atabaques); em local pré-estipulado é colocado o banquinho e a sua frente o pilão. O dirigente da festa inicia a entoar cantigas louvando o Dono do pano Branco (Òsàálá), o qual através do corpo de um escolhido se faz presente; ele dança a frente do pilão e comemora a volta de seu pai Òrìsà Olufón, as suas terras e se redime perante ele do erro cometido pelos súditos do Oba Koso (Sàngó). Alguns atoris (varas) são distribuídos a membros importantes dentro da religião. Estes, por sua vez. Saem tocando os ombros dos presentes, relembrando a guerra ocorrida em Ejigbò; momento em que vários Òrìsàs se manifestam para participarem da alegria de Òsàálá culminando o final da festa onde todos se retiram exceto Sàngó que leva consigo o pilão usado nos festejos.